Maconha e relações sociais

Estava parado em uma rua de pouco movimento, dentro do carro atendendo ao celular, quando assisti a uma pequena batida. Um senhor que estava estacionado foi subitamente abalroado por um outro carro, modelo dessas enormes caminhonetes importadas que congestionam ainda mais as nossas ruas já lotadas, que na tentativa de também estacionar deu uma ré e colidiu. Ele demonstrando muita calma, saiu de dentro de seu carrinho novo, modelo Renault 1.0, para avaliar os estragos e educadamente falou com a motorista da caminhonete: a senhora não viu meu carro? Ainda bem que não amassou muito.
A motorista uma mulher de uns 45 anos, com roupas de academia, então saiu do carro, olhou bem ao redor da rua e muito séria disse: do que o senhor está falando?
Da sua batida no meu carro - respondeu o homem.
Ela então disse: eu não bati em ninguém. Ao seu lado desce um rapaz aparentando ter uns 20 anos de idade, que parecia ser filho e repete: não bateu não!
Então da outra porta sai uma senhora de uns 60 anos, parecia mãe da motorista, e diz: ninguém bateu no seu carro. Você está é querendo arrumar confusão.
O homem ficou mudo, com jeito de quem está perplexo, caminhou para a frente de seu carro, avaliou os estragos e disse: o prejuízo foi mínimo, pelo tipo de gente que vocês estão demonstrando ser, tenho certeza de que é melhor eu ir embora. E foi. Quanto a família cara-de-pau, caminharam tranquilamente para uma clinica médica na esquina da rua.
Pois é prezado leitor, assisti a uma demonstração de como está caminhando a nossa vida coletiva. Ao que parece, a psicopatia, está prevalecendo como fator de resolução das situações. Por outro lado, para quem não tem agressividade, a condição sine qua non para se conseguir sobreviver, é aprender a engolir a indignação.
Como no velho ditado que afirma: quem não é parte da solução, é parte do problema, na nossa sociedade temos uma parcela da população que vive alheia à realidade e tem dificuldade para entender a vida como ela é de fato. Deixam-se iludir com os mitos e o maniqueísmo dos mais espertos, assim apóia idéias e atitudes nocivas a si próprias e a comunidade em geral. Com a sua concordância, acabam sendo a parte maior dos problemas. 
Só que a conta está ficando alta. É bom atentar para o fato de que estamos vivendo um tempo de inversão cada vez mais completa dos valores sociais. Alunos que ameaçam professores, pais que agridem professores, famílias inteiras que ignoram normas de decência e de respeito ao próximo, já se tornou algo mais que banalizado nas relações sociais.
Por tudo isso, não está sendo novidade que ignorando regras de direitos básicos de saúde e de segurança, pessoas tidas como cultas, apóiam a idéia de legalização da maconha sob a implausível justificativa de que iria “diminuir a violência social” - A onda agora é comandada por ex-presidente da republica. Ao que parece, o avanço da idade deve ter desenvolvido transtorno de personalidade. –
É simplesmente ridículo como que algumas pessoas, que pela posição social que ocupam e os postos que atingiram, deveriam estar sendo defensores da coletividade, mas ao invés disso, estão se deixando enganar pelo interesse de empresários que atuam como predadores sociais, e unindo forças com usuários que não vêem a hora de dar vazão aos vícios de forma legalizada.
Esquecem que a maconha é uma droga que lesa o cérebro e desencadeia doenças mentais. Se por ventura, chegássemos a tal absurdo, seria a senha para o estimulo ao seu consumo. Fato que certamente irá falir de vez a previdência social e o sistema de saúde. Sem contar que não da nem para imaginar como ficariam as relações sociais.
Será que não param para pensar, qual é o tipo de sociedade que querem deixar para as próximas gerações?

Vicente Ramatis

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