A Minha Descoberta da Meditação.


Há décadas que cientistas, médicos, escritores de ficção, filósofos e outros intelectuais especulam que o cérebro do ser humano ainda tem um longo caminho de desenvolvimento e evolução pela frente. Interessante observar que por serem diferentes saberes e consequentemente, diferentes percepções, cada um desses especialistas percebe (em alguns casos podemos dizer que idealiza) um aspecto diferente do desenvolvimento cerebral. Atualmente, tem sempre alguma nova publicação cientifica sobre o cérebro humano. Abordam seu funcionamento, desenvolvimento, e, infelizmente mas necessário, as muitas doenças que o acometem. Alias, nesse aspecto cientifico, nas duas ultimas décadas, o nosso conhecimento sobre a neurofisiologia do cérebro mais que dobrou. Isso tem possibilitado o entendimento e avançado na forma de tratamento de doenças neurológicas e psíquicas. Claro que em se tratando de um órgão de tamanha importância na nossa vida, e, de tamanha complexidade, esse conhecimento adquirido, em grande parte, ainda está insuficiente. 
Nesse contexto de pesquisas cientificas, também entramos na fase de começar a esmiuçar informações antigas. Tentar diferenciar o que é sabedoria popular do que é simplesmente mito através de resultados práticos e positivos. Também tenta-se entender o porque do resultado e como acontece. - Como é o caso de plantas medicinais, praticas alternativas de tratamentos, meditação e seus propalados efeitos na saúde física e mental,...
De minha parte, tanto pelo meu lado médico e a consequente necessidade de ofertar o melhor para meus pacientes, como pelo meu lado de ser gente e ter as minhas próprias fraquezas e necessidades, procuro sempre me informar desses avanços. Assim, há cerca de 20 anos acabei por conhecer a pratica da meditação. Devo contar, que esse fato foi um diferencial em minha própria vida. Acontece que em minha fase de vida jovem, sofri com um leve deficit de atenção e hiperatividade. Era o tipo do cara distraído mas que alternava com momentos de agitação. Sei bem o quanto esse transtorno, ainda que em meu caso fosse leve, atrapalhava minha vida. Muitas vezes escutei de colegas e de professores que não entendiam como eu podia estar indo bem em algum contexto de estudo e de repente, simplesmente me distraía da realidade. Como se subitamente estivesse desinteressado do tema em questão. Em alguns casos, dava margem para desentendimentos. Dependendo das circunstancias acabavam fazendo mal juízo de minha pessoa. Sentia isso de uma forma péssima. Fator agravado pelo meu perfil. - Procuro ser responsável com minhas obrigações, daí que me envolvo muito com as questões e quero sempre achar uma forma de resolver as coisas. 
O tempo passava e eu levava a vida nesse paradoxo. Em meados dos anos noventa trabalhava no Pronto Socorro. Era um período em que o Estado do ES estava falido. Então estava sempre faltando remédios e os funcionários quando não estavam em greve, trabalhavam em ritmo de greve branca. Ou seja, compareciam mas não trabalhavam adequadamente.* Os meus pacientes estavam sempre desassistidos. O pior é que não se tinha o que fazer para mudar aquilo. Eu me sentia péssimo. 
Um dia estava de plantão quando encontrei uma colega médica a quem respeitava muito pelo seu elevado conhecimento Médico. Perguntei pela novidades e ela falou sobre novas descobertas relacionadas a meditação. Ao sair, disse que tinha me achado um pouco estressado. De quebra ainda me indicou procurar meditar um pouco e deixou um convite para uma reunião. Achei aquilo engraçado porque não conseguia me imaginar fazendo algo assim. Mas sabia que precisava tentar algo diferente. 
Talvez tenha ido ao evento motivado mais pela curiosidade das informações que recebera da colega do que pela questão pessoal. O fato é que com o tempo senti-me mais calmo e gradativamente livre da dificuldade de concentração. Atualmente é o contrario, quando estou lendo, se alguém tenta falar comigo, tem que insistir. Claro que isso não aconteceu de repente. Até chegar a esse ponto percorri um longo caminho. São anos de pratica e de aprendizado. Some-se a isso, o fato positivo de que por ser uma pessoa espiritualizada, eu não fumo e não bebo absolutamente nada. Ou seja, meu cérebro é bem preservado.
Enfim, baseado em minha própria experiencia, sempre que alguém pergunta sobre meditação, eu falo dos possíveis benefícios(depende de cada um) e indico conhecer e tentar praticar.
Digo isso, porque em meu caso, sei o quanto foi positivo. Alias, inicio a minha rotina diária com um tempo dedicado a meditar. Alem disso, estou sempre procurando me atualizar. Assino revista de neurociências e pesquiso publicações na internet. - Ultimamente, tem se falado muito sobre uma pesquisa realizada na Harvard Medical School. - Escanearam o cérebro de um grupo de pessoas que iniciavam a pratica da meditação, no 1° dia e depois de 8 semanas e constataram variações no volume de algumas partes especificas. Mas esse já é assunto para outro momento.
Por enquanto fique no silencio do universo e na paz do senhor.

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